domingo, 21 de junho de 2015

Valente: a princesa rebelde. Eu: a mãe chata da Lelê

Hoje pela manhã, assistimos pela primeira vez um filme completo de uma vez só. Já fazia tempo que eu queria ver esse filme da Disney: Valente.
Estávamos na cama Lele, Sara e eu. A Sara não entendeu, claro (com 20 meses o que ela queria era ficar aninhada nesse inverno), mas a Lelê e eu, sim. Expliquei algumas partes pra Leticia, mas prestei muita atenção e tirei conclusões próprias dessa linda princesa rebelde e descabelada.
Minha visão da história: mesmo com todo amor que podemos passar para nossas filhas, daremos com os burros n`água se projetarmos nelas nossos sonhos. A Valente, assim como a maioria das adolescentes, via sua mãe como um monstro, e até mesmo conseguiu transforma-la em um (no caso da história, a fera era um urso de floresta). A via como um monstro porque queria que ela se comportasse de uma forma que a própria Valente não queria, projetou um futuro e estava forçando a adolescente a seguir planos que ela não queria. Acho que nossa adolescente rebelde tinha razão para tal. Quem de nós gostaria de ser obrigada a fazer alguma coisa que mudaria nossas vidas de forma perene, sem antes sermos ouvidas?
Aqui minha luz de alerta se acendeu para olhar e escutar o que minha "mais velha" anda me dizendo. Pois agora, às portas de completar 4 anos, ela anda me chamando de "chata". Essa semana começou, e eu fiquei em choque. Como assim: eu, uma mãe tão amorosa e dedicada, sou vista como chata pra minha filha?!
Pânico!
Hora de parar tudo e ver como estamos nos relacionando. e eu me me pego muito autoritária com as meninas. para ajudar a organização da casa e da rotina, estou acabando os dias sem ouvir os desejos da Leticia, que estão cada vez mais madurinhos. Um simples filminho me fez pensar nisso tudo!
Ainda bem que atinei para isso agora, pois não vou esperar chegar a adolescência para respeitar as vontades da Leticia. Não, não vou mimá-la, mas RESPEITAR suas opiniões que precisam ser compreendidas e podem ser cruciais para a formação de sua personalidade.
Para isso, terei que buscar ainda mais energia para dedicar às conversas e os recados que essa pequenina quer passar.
mesmo assim, devo continuar sendo um pouco chata. Pois sentar-se a mesa, comer com garfo, e tudo que minimamente deve ser ensinado, parece muito chato pra minha valente Leticia, que mais quer andar descalça, descabelada e comer com a mão.
Viva os 4 anos!

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