Um ano pode passar rápido, devagar, ou nem rápido nem devagar, normal. Os últimos 12 meses foram vividos tão intensamente, tanta coisa aconteceu... Eu diria que foi um ano vivido em sua plenitude, e sim, para mim passou rápido.
Não é sempre que vivemos um ano observando um ser humano aprender a sentar, sentir seu próprio corpo, movimentar-se, levantar-se e caminhar.... Também não é sempre que temos a oportunidade de viver na plenitude como "estrangeiro". Ter dificuldade de se expressar livremente, como gostaria, ter dificuldade de entender a lógica das coisas, ter saudade de casa. Quantas vezes nesses 12 meses chorei de saudade? Muitas. A vida da maioria das pessoas queridas estava normal, e nós 3 aqui, nos descobrindo e redescobrindo: nova cozinha, novos caminhos, novos sonhos. Sim, isso tudo em 12 meses.
Etapas concluídas, objetivos, desenvolvimento da Lelê, mestrado... apesar do próprio Programa de Direito ter lutado contra a defesa e o término da minha dissertação, fui lá, apresentei e venci. Mas não foi simples assim. Foram 3 meses na rotina normal da Leticia (mamando de 3 em 3 horas, 24 horas por dia, aprendendo a comer comidas sólidas, ganhando dentinhos, aprendendo a sentar e engatinhar), em que tive que incluir sentadas de escrita, leituras e conclusões acadêmicas das 20h a 1h. Não são textos como o deste blog. Eram textos que me deixavam inquieta, me faziam pensar e, claro, escrever minha pesquisa, que espero que ajude algum outro estudante algum dia, ou que talvez eu a utilize para estudos futuros. Era Matemática, Economia, Teoria de Relações Internacionais... tudo fervilhando junto na minha cabeça. Ah! Claro, ainda as leituras sobre "primeiros alimentos sólidos", "como fazer o bebê dormir a noite toda", "o que fazer após a vacina".
Ah sim, ainda lembro que eu estava como estou agora. Nesse apartamento de 1 quarto, na cidade de Santa Barbara, na California, pensando: que lugar lindo, temos que aproveitar!
Cansou de pensar? Sim, esse foi meu ano de 2012! Minha sensação é ainda de ressaca, afinal, ainda estamos aqui, planejando a volta para casa, o desmame da Leticia (não, ainda não desmamei 100%), o momento de tirar a chupeta, a vontade de estar em um imóvel com mais que dois cômodos, de usar o banheiro sem pensar se a bichinha vai acordar com o "girar" da maçaneta (essa é fogo, né?).
E ainda tem mais... o pior de tudo, mesmo... Será a imensa saudade que sentiremos daqui. Como pode isso, menina? Não estávamos falando da vontade de "voltar para casa"? Sim, mas veja que esses últimos 12 meses existiram de forma tão intensa e especial, como não sentir saudade da organização de Santa Barbara? Do não engarrafamento, da não muvuca, do não calor, do não frio, da paisagem deslumbrante, dos homeless que ficam plugados na internet com seus laptops, dos parques, dos brinquedos que a Lelê sobe-e-desce, do meu grupo de mães (sempre tem alguém pronto para encontrar caso eu queira/possa), dos vinhos, das minhas vizinhas (Nicole e Shadi)....? parece que saudade é uma palavra que me acompanha... que vai na minha bolsa. Que maravilha! Saudade não é o amor que fica mas não está agora? Pois então estou com saudade, quero voltar para casa. Mas também estou já com saudade desse ano MARAVILHOSO que passamos Jaime, Lelê e eu aqui... na California... onde tantos foram, voltaram, e nós continuamos aqui, mas também iremos, e quem sabe um dia voltaremos!
Bem-vindo, 2013, traga-me surpresas e saudades, por favor.
Nesse ano que passou, ficaram as mais expressivas virtudes que o dom divino da vida nos legou: amor, compreensão, carinho. Quando a Lelê puder ler e compreender melhor, saberá o que estou dizendo para ela. Bjs vovô Thadeu
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