sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O Processo do desmame meu e da Sara (14 meses)

Depois de alguns longos meses volto aqui para desabafar e compartilhar minha experiência com a (des)amamentação da segunda filha.
Demorei para voltar porque desde maio nos mudamos de bairro, Leticia trocou de escola, retomei o trabalho (meu próprio jabá: Forma de Mãe: Pilates mamãe e bebê) e a Sara enfrentou seu primeiro antibiótico.
Começo por aí.... uma infecção urinaria aos 13 meses de vida, 1 semana tomando antibiótico, seguida por uma infecção no ouvido, mais 10 dias de antibiótico, seguida de uma bronquite importante com corticóide... um mês sem dormir direito (eu e ela), a estrutura familiar desordenada. Sim, uma mãe que não dorme, cuja madrugada é um turno funcional não pode resultar uma casa tranquila (madrugada: levantar, amamentar, dar remédio, verificar febre, trocar de cama, berço, voltar pra cama... E eu achava que antes não estava dormindo bem: quá-quá-quá, nada está tão ruim que não possa piorar, acredite nisso!).
Depois de todas as medicações, a Sara aparentemente melhor, sem muita tosse, sem muita secreção, sem febre, sem nada... continua chorando, irritada, brava, puxando cabelo (literalmente), eu esgotada.. resolvi procurar uma medica de emergencia: "só pode ser ouvido (de novo)". Me recusei a ir num medico tradicional, temendo novo antibiótico. Nosso homeopata está de férias... chegamos a uma médica antroposófica aqui do bairro, com experiência em medicina familiar e pediatria.
Chegando lá, todo o exame clinico deu normal. Inclusive nos deparamos com a felicidade de ver q a Sara esticou 3,5 cm em 4 semanas (a bichinha também estava com preguiça de crescer, além de não ganhar peso) uhuuu, notícia boa!
Então a médica continuou a busca pela choradeira... depois de algumas perguntas chegou ao diagnostico: Fome. A Sara tem fome!
Sempre fui adepta da amamentação em livre demanda. A Letícia foi assim, feliz da vida e comilona até os 20 meses de vida. Porque com a Sara não seria? Ela também merece mamar a vontade, adquirir anti-corpos exclusivos da amamentação...  Eu amo amamentar (apesar já de estar nessa função ha 3 anos e querer parar um pouco). A diferença é: são crianças diferentes. A Sara nunca gostou de mamar com barulho, sempre mamava um pouquinho, parava e logo depois pedia mais... Mesmo com a introdução da comida sólida, continuou assim. Comia um pouquinho e logo queria ganhar leite materno. e eu dava, afinal, sou uma mãe a disposição, à livre demanda do bebê.
Acontece que o processo de crescimento, engatinhar, o gasto de energia, requerem muito mais calorias do que no leite. A Sara estava como uma receptora de soro.. aquele sorinho pingando o dia todo na barriguinha dela, matava fome rapidinho, mas não enchia a barriga, e muito menos engorda. Aí veio a noticia bombástica da medica: Chega de mamar livre. "para não ser um susto grande pode amamentar 3 vezes ao dia. Só não pode ao acordar, antes de dormir e de madrugada." Oi?


Respirei fundo, chorei no consultório... a Lele ficou com cara de interrogação assistindo aquilo tudo. Mas entendi. Já aos 11 meses da Sara nosso pediatra já havia me alertado que ela precisava comer mais e mamar menos.. mas não dei muita bola. A questão agora é outra: como encarar uma necessidade, um desejo (já falei que to exausta de dar mamar, apesar de gostar), mas um medo.. medo de que ela possa vira a precisar desses anti-corpos, que faça falta para futuras doenças que ela possa vir a desenvolver (como a asma que bate a sua porta)?
Hoje é o primeiro dia desse processo que não sei como e quando acabará, mas que com certeza já me tira ainda mais o sono (necessário) pensando em como aguentar o choro dela pedindo o peito, e eu tendo que oferecer-lhe uma colherzinha de mingau ou arroz com feijão.
Não! Não tenho medo de ver minha filha crescer. O crescimento não está ligado a amamentação. A amamentação está ligada a mim como parte de um projeto de vida: parar tudo para engravidar e acompanhar minhas filhas nos 3 primeiros anos de vida delas, dando meu melhor. Duro encarar que o leite já não está sendo o melhor.
Vamos em frente, que tudo dará certo. Tenho que passar essa positividade pra ela, para que se sinta confiante no seu crescimento e amadurecimento.